Câmara de FW reconhece trajetórias de três tradicionalistas com o Mérito Farroupilha Barril e entrega Moção de Aplausos ao CTG

Como parte da programação do 45º Acampamento Farrapo de Frederico Westphalen, o Poder Legislativo realizou uma Sessão Ordinária Especial na terça-feira, 16, no Parque de Exposições. O encontro foi marcado pela entrega da Condecoração Mérito Farroupilha Barril, promovida pelo quarto ano consecutivo, com a finalidade de reconhecer e homenagear pessoas que contribuíram para a preservação, valorização e desenvolvimento da cultura e tradição gaúcha no município.

Além dos vereadores e servidores da Casa, a cerimônia reuniu representantes do Poder Executivo, Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Associação Farroupilha Frederiquense (AFF), 28ª Região Tradicionalista (RT), CTG Rodeio da Querência, Piquete Alto Alegre e comunidade em geral.

Na 4ª edição da homenagem, receberam a distinção os tradicionalistas Aristeu Pinheiro, que esteve acompanhado de sua esposa Elair Cadore Pinheiro; Dorvalino Dalla Costa e Wilson Buzatto, que também esteve acompanhado da sua prenda, Maria Cocco Buzatto. “Muito obrigado por receber esse reconhecimento ainda em vida”, disse Pinheiro. “Agradeço por essa homenagem, ela não é só minha, é da minha esposa Leda e de meus filhos, pois eles sempre me apoiaram em tudo”, destacou Dalla Costa. “De coração, eu agradeço essa homenagem que jamais eu achava que iria receber em razão da vida simples que a gente leva”, disse Buzatto.

Apresentações e entrega de Moção de Aplausos ao CTG

Durante a sessão, o público acompanhou apresentações do Coral Auxiliadora/DTG Sentinelas do Auxiliadora. Na ocasião, também foi entregue uma Moção de Aplausos ao CTG Rodeio da Querência, em reconhecimento à participação da Invernada Mirim no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), realizado em Erechim, entre os dias 4 e 6 de julho de 2025. O elenco da invernada esteve presente na cerimônia e encantou o público com danças tradicionalistas. “

Histórico dos homenageados

Aristeu Pinheiro

Aristeu Pinheiro nasceu em 1947 e, aos 78 anos de vida, carrega consigo uma passagem que se entrelaça com o tradicionalismo. Seu primeiro contato aconteceu na juventude, no CTG Pé no Chão, onde encontrou o calor humano, os ensinamentos da tradição, respeito e preservação das danças, das músicas e das histórias que moldam o gauchismo. Ali, começou a compreender que tradição não é apenas o que se vê, mas o que se sente no peito e se pratica no dia a dia.

Casou com Elair Cadore Pinheiro, a dona Nica, companheira que lhe acompanhou nessa jornada de vida, construindo uma família baseada na fé, no trabalho e no amor aos costumes. Juntos tiveram três filhos, que cedo seguiram o mesmo caminho, caminhando pelo CTG, levando adiante o legado que receberam com tanto orgulho. Carlos, Carla e Claudio participaram de invernada, representaram o município e a região em concursos e transmitiram a tradição como instrutores de danças.

Ao longo de muitos anos, participaram ativamente deste meio, cultivando a tradição com dedicação constante. Não foi apenas uma participação, foi um modo de viver:  em cada gesto, o orgulho de serem gaúchos e de fazerem parte desta comunidade.

Dorvalino Dalla Costa

Em função do trabalho na distribuição de bebidas, Seu Dorvalino Dalla Costa teve o primeiro contato com o CTG participando inicialmente apenas de alguns eventos.

Por volta de 1984/1985, passou a integrar mais ativamente a entidade, justamente no período em que se iniciou a reconstrução da nova sede social. Esse momento exigiu muito empenho de todos os associados, e, sempre que necessário, os veículos da empresa estavam à disposição para auxiliar no transporte de materiais, como postes de eucalipto e outros itens indispensáveis à obra.

Nos anos de 1986/87, foi convidado a fazer parte da patronagem de Dirceu Brizola, onde foi a porta de entrada efetiva no CTG. Nos anos de 1988/89, assumiu a patronagem para dar sequência ao grande projeto de reconstrução da nova sede social e a todas as atividades sociais e culturais que são inerentes a uma entidade tradicionalista.

No segundo ano da sua patronagem surgiu mais um desafio, atender o Departamento Campeiro, que precisava ter seu espaço para a realização de suas atividades. Num momento até de sorte surgiu uma área, de propriedade da familia Borgheti, que sem medir o tamanho do desafio, com apoio da diretoria e associados, foi adquirida uma área de 13,5 hectares de terras que hoje abriga um dos maiores e melhores parques de rodeios da região.

Desse período em diante, jamais saiu das diretorias, fazendo parte quase exclusivamente do Departamento Esportivo. Por muito tempo atuou no Conselho de Vaqueanos e nos Departamentos Campeiros e Artísticos.

Nos eventos da Semana Farroupilha, o trabalho era cada vez maior, pela falta, às vezes, de apoio de outras entidades, até que um dia surgiu a ideia de ser criada uma associação, e hoje ela está ali, a Associação Farroupilha Frederiquense (AFF), cada vez mais promissora, colhendo bons frutos das sementes que ajudou a plantar.

No seu último ano de trabalho, como presidente do Conselho, pela vacância da patronagem 2015, num mandato tampão de seis meses, assumiu o cargo de Patrão para não fechar as portas da entidade e, acima de tudo, para atender os compromissos já assumidos anteriormente, realização do Rodeio Crioulo, com a campeira a ser restaurada e da macrorregional do Enart, Sarau da Prenda Jovem, entre outros eventos.

Wilson Buzatto

Wilson Buzatto nasceu na comunidade da Linha Alto Alegre, em Frederico Westphalen, em 04 de janeiro de 1954. É filho de Otávio Buzatto e Amália Dalmédico Buzatto.

Desde muito jovem, ajudava o pai nas tarefas da propriedade rural, trabalhando na lavoura e no cuidado do gado. Com apenas sete anos saia de casa com seu cavalo carregado de bolsas de milho, trigo e arroz e ia até os moinhos da cidade, onde se beneficiava desses produtos para o preparo da alimentação da família.

Na sua juventude, participou de muitas carreiradas, bailes de galpão e também fazia parte do CTG Quero Quero, que na época existia na Linha Alto Alegre.

Casou-se com Maria Cocco Buzatto, com quem teve três filhos, André e Jéferson (in memoriam) e Jardel Otávio Buzatto.

Em 2005, Wilson foi um dos fundadores do Piquete Alto Alegre, cedendo inicialmente uma área de terras para construção de um pequeno galpão destinado à formação da entidade. Ele e sua família continuam participando ativamente de todas as atividades do Piquete Alto Alegre, onde com sua simplicidade e dinamismo, procura transmitir aos mais jovens o seu legado cultural.

Seu Wilson é um verdadeiro tradicionalista: vive e ancora sua vida nas tradições gaúchas, trabalhando na lavoura, cuidando do gado e mantendo ao seu lado o inseparável amigo e companheiro, cavalo tostado. Além de vivenciar diariamente essas tradições, fez delas meio de sustento seu e de sua família.

Hoje, Seu Wilson segue atuante nas tradições, sempre pronto para uma cavalgada, uma tropeada ou um fandango.