Emoção e reconhecimento marcam entrega do Mérito Educacional Barril 2023

por Gustavo Menegusso publicado 01/12/2023 17h25, última modificação 04/12/2023 09h42
Sete professores que contribuíram com o desenvolvimento da educação no âmbito do município foram homenageados em Sessão Solene, na Câmara de Vereadores
Emoção e reconhecimento marcam entrega do Mérito Educacional Barril 2023

Entrega do Mérito Educacional Barril 2023 ocorreu em Sessão Solene realizada na quinta-feira, 30 de novembro (Foto: Gustavo Menegusso)

Em Sessão Solene realizada na noite da quinta-feira, 30 novembro, na Câmara de Vereadores, o Poder Legislativo de Frederico Westphalen reconheceu as contribuições de mais sete professores para o desenvolvimento da educação no âmbito do município. A homenagem se deu por meio da entrega do Mérito Educacional Barril, que reuniu vereadores, homenageados e seus familiares, lideranças e representantes de instituições de FW. A coordenadora da 20ª Coordenadoria Regional de Educação (20ª CRE), Jô do Carmo, representou a rede estadual no ato, enquanto a secretária de Educação, Maria Cristina Aita, representou a rede municipal de ensino e o Executivo Municipal.

Neste ano, 2ª edição da homenagem, foram reconhecidos os professores, Antonia Cadoná, Beatriz Anna Franciscatto Szatkoski, Imelda Saggin, Patricia Stieven, Percilia Urbanski, Silvia Piovesan e Wilson Cadoná.


Palavras que ajudam a contar histórias

Durante a Sessão foram muitas as palavras que ajudaram a contar o momento. Seja nos discursos das autoridades, no histórico dos homenageados ou, até mesmo, nos objetos espalhados pelo Plenário Hilário Piovesan, como livros, computadores e os quadros da série “Esperança”, da artista plástica, Valéria Pinheiro”. Elementos, que não só transformaram o ambiente da Câmara em uma sala de aula, mas que ajudaram a resumir em palavras belas e inspiradoras histórias de vida vividas em sala de aula. “Neste dia de reconhecimento, saibam que seus trabalhos não passam despercebidos. Vocês moldam mentes, plantam sementes de curiosidade e alimentam o desejo do aprender", destacou o líder da bancada do PDT, Leandro Mazzutti.

Representando a bancada do MDB, o vereador Antônio Luiz Pinheiro, que também exerceu por muitos anos a profissão de professor, destacou a importância de homenagear as pessoas ainda em vida. “Muitas vezes, se faz homenagem póstuma e quem as recebe são os filhos, glorificados pelo que seus genitores foram no passado. Nós vereadores, sempre que possível, homenageamos essas pessoas em vida, para que elas possam ter certeza que essa legislatura reconhece a educação como a estrutura máxima do desenvolvimento social e econômico de cada país”, ressaltou Pinheiro.

O vereador Jorge Alan Souza, da bancada do PSDB, também falou da necessidade de mais valorização dos profissionais da educação e de uma escola cada vez mais inclusiva. “Nossa sociedade está cada vez mais diferente, plural e desenvolvimentista e a escola, sem dúvida, tem um papel fundamental porque é na escola que os professores e toda comunidade escolar começam a perceber a mudança das pessoas e da sociedade. Por isso, é importante termos uma escola cada vez mais inclusiva, mais aberta e mais preparada para abraçar toda essa comunidade que precisa cada vez mais dos professores”, disse Souza.  

Representante da bancada do Progressistas, o vereador Belonir Vendruscolo parabenizou todos os homenageados e agradeceu os ensinamentos passados pelos professores. “É uma justa homenagem que vocês recebem, um reconhecimento do Poder Legislativo porque vocês prestaram um serviço e contribuíram para a formação de milhares de pessoas. Nós só estamos exercendo hoje a função de vereadores porque vocês nos ensinaram”, enalteceu Vendruscolo.


“A nossa história está em nossos alunos”

Após os pronunciamentos, o professor Wilson Cadoná falou em nome de todos os homenageados, resumindo o momento em uma palavra: gratidão.  

- É uma alegria quando algum aluno nos encontra na rua e pergunta: professor, não se lembra de mim? O senhor me ajudou e hoje eu sou isso. Isso é um prêmio para um professor, não existe maior prêmio que o reconhecimento. É o que os senhores vereadores fizeram aqui hoje, obrigado! Finalizo com uma frase de um poeta. “Cada um de nós constrói a sua história”. E a nossa história está em nossos alunos – finalizou Cadoná.

 

Os homenageados

Antonia Cadoná

Nasceu em 13 de junho de 1950, na localidade do Cerro do Leão, em Frederico Westphalen, filha de André Onuzak e Maria Onuzak.

Iniciou a sua trajetória com a formação no curso normal, pelo colégio Auxiliadora e, foi nesta mesma instituição, que iniciou sua carreira como docente, no ano de 1982, sendo professora do pré-escolar até 1995.

Casada com Wilson Cadoná, são pais de dois filhos, Eduardo e Eliane Cadoná e avós da pequena Olga.

Para a professora Antonia, “ser professor, especialmente de educação infantil, é aprender com a pureza das crianças’.

 

Beatriz Anna Franciscatto Szatkoski

Nascida em 18 de junho de 1941, em Frederico Westphalen, filha de José Franciscatto e Nair Paim Franciscatto, casada com Emílio Szatkoski, e mãe dos filhos Sérgio (in memoriam), Clarice, Elenice e Solange.

Começou sua carreira de professora, quando a única exigência para se dar aulas era ter apenas a 5ª série, último ano do antigo primário das séries iniciais, isso lá na década de 1960. Posteriormente fez o “Ginásio” (antigo Ensino Médio), para poder continuar como professora, fez o Magistério em Palmeira das Missões em 1967 e graduou-se na FESAU em Letras (Português e Inglês) na década de 1980.

Sua atividade como docente iniciou nas classes multisseriadas na Linha Angico da Saudade, localidade próxima à Vila Carmo, no ano de 1961, da qual retornava a cavalo para a cidade. Posteriormente, em 1964, foi professora em Vista Alegre, na época em que ainda pertencia a FW.

Em 1965, foi designada diretora e professora na Linha Lorenzzetti, atual comunidade de São João do Porto. Também era professora em salas multisseriadas. Na época coube à professora Beatriz exercer todas as funções da escola, bem como ministrar aulas no Mobral (antigo curso para alfabetização de jovens e adultos).

Após oito anos de atuação foi transferida para a Escola Afonso Pena. Em Frederico Westphalen, também deu aulas na Escola Sepé Tiaraju e Escola Santo Inácio, sempre na alfabetização. No período que trabalhou na coordenadoria de Educação, em FW, no setor de assistência social, atuou em mutirões na comunidade para testes de visão.

Para Beatriz “Ser professora é se doar, é trabalhar com amor pelas crianças, se dedicando principalmente as que mais necessitam no processo de aprendizado e na vida”.

 

Imelda Amabile Saggin

Nasceu no dia 22 de janeiro de 1948, em Encantado, filha de David Ernesto Luzzi e Angela Helena Bratti Luzzi.

Em 1956, aos oito anos, mudou-se para FW morar com seus tios Olivo e Herminia Lisot, que preocupados com seu futuro sempre a incentivaram a estudar. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar da Sede, hoje Escola Sepé Tiaraju. Cursou o ginásio na Escola Nossa Senhora Auxiliadora e ingressou na primeira turma do Curso Normal/Magistério da Escola.

Em 1965, Antonio Ceolin, fez uma demanda ao prefeito para a construção de uma escola na comunidade da Linha Locatelli, considerando o número de crianças e a dificuldade de deslocamento das mesmas para as escolas da cidade. Prontamente, a demanda foi atendida e ali foi construída uma sala de aula, para atender os alunos da comunidade. Após exame de seleção, em 1º de março de 1966, Imelda assumiu como professora na escolinha, com 30 alunos da 1ª a 3ª série, ela ainda estava na 4ª série ginasial. A Escola foi denominada Velocino Camargo. Não tinha energia elétrica, cozinha, água encanada e sanitários.

Era de sua responsabilidade além de ensinar, a gestão, a alimentação e limpeza da Escola. A água para tomar, bem como, o pão e o leite para a merenda vinham dos vizinhos.

Em 1973 casou-se com Otávio Saggin, com quem teve três filhas: Elisane, Elisângela e Elisa. Com o passar dos anos, a Escola Velocino Camargo foi ampliada, foi construída mais uma sala de aula, uma cozinha e sanitários e outras professoras também passaram a integrar o quadro da escola.

Apesar das dificuldades e sem muitos recursos, Imelda sempre se preocupou com a aprendizagem dos que por suas mãos passaram, foram dezenas de alunos alfabetizados e que com frequência passam por sua casa cumprimentá-la.

Dedicou seu tempo a ensinar por 27 anos, sempre na mesma escola. Aposentou-se em dezembro de 1992 e, então assumiu um trabalho voluntário, foram mais 30 anos dedicados ao voluntariado. Hoje, em casa, dedica seu tempo à neta Helena.

Para Imelda, “Ser professora não é só ensinar a ler e escrever. É saber transmitir exemplos de vida que sirvam na formação de bons cidadãos, que sejam capazes de viver com amor e bem-estar”.

 

Patrícia Stieven

Nasceu em Planalto, no dia 12 de abril de 1983. Filha do comerciante, Leonir Luis Stieven e da professora, Dalmira Rossetti Stieven. Tem uma irmã, Camila Maria Stieven.

É casada há 11 anos com Jean Pablo Dreyer com quem tem um filho, Miguel, de 9 anos.

Advogada por formação, Patrícia tem especialização em Função Social do Direito, é mestre em Direitos Fundamentais e em 2008 iniciou sua carreira como docente na graduação na Faculdade de Sorriso. Em 2013, mais especificamente em maio, fez processo seletivo na URI/FW sendo aprovada, iniciando as aulas com o Curso de Direito em agosto daquele ano, onde segue até hoje.

Também atua como mentora de advogados, palestrante, já foi secretária-adjunta, presidente da Comissão da Mulher Advogada, vice-presidente e presidente da Subseção da OAB de Frederico Westphalen. Já coordenou o Núcleo da Mulher Empreendedora e fez Assessora Jurídica da AEFW e é procuradora jurídica adjunta da APAE/FW.

Como veio de uma família de professores, tendo a mãe e vários tios e tias como exemplo, a docência sempre a inspirou, sempre sentiu a necessidade de fazer parte da construção dos sonhos de outras pessoas. De acordo com ela, ensinar seus alunos a realiza, e sempre aprende muito com eles.

Nestes 10 anos de docência na URI, participou ativamente da formação de mais de mil bacharéis em Direito, profissionais que hoje estão no mercado de trabalho da região.

Como frase, cita Cora Coralina: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.  E Aristóteles que diz: “Educar a mente sem educar o coração não é educação”, diante disso acrescenta que “todo o estudante que ingressa na graduação com um pensamento. Se sair com o mesmo pensamento, nós, como professores, falhamos”.

 

Percilia Urbanski da Silva

Natural de Caiçara, nasceu em 13 de julho de 1955, filha de Estanislau Urbanski e Joana Jurak Urbanski, casada com Paulo José da Silva.

Sua primeira formação foi o Magistério na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, em meados de 1980. Na sequência, Técnico em Contabilidade pela Escola José Cañellas; mais tarde, cursou licenciatura em Artes Práticas com habilitação específica em técnicas comerciais pela UNIJUÍ; também fez licenciatura em Pedagogia na URI/FW e pós-graduação em Pedagogia Social.

Iniciou as atividades na área da educação na Secretaria Municipal da Educação de Frederico Westphalen, em 1979, permanecendo até maio de 1983, quando passou a exercer a função de primeira professora municipal, em escola na localidade da Vila Branca, onde permaneceu até se aposentar.

Fez parte, também, do Conselho Municipal de Educação; participou da formação da Associação dos Professores Municipais; da formação e fundação do Sindicato dos Servidores Municipais onde atuou como presidente interina.

Participou do Plebiscito juntamente com o corpo docente da Escola Maria Falcon e a Comunidade da Vila Branca para uma Ação Popular, visando a troca do nome do Bairro. Este movimento foi aceito pelos vereadores da época, sendo aprovada por unanimidade, trocando o nome da comunidade que passou a se chamar Bairro São José.

Para Percilia, ser professora é “trabalhar com amor, dedicação, persistência, preocupações e alegrias, colaborando na formação do ser humano, em virtude de um mundo e uma vida melhor, possibilitando mudanças para os alunos e para as famílias do bairro onde atuei”.

 

Silvia Regina Binotto Piovesan

Filha de Benjamin e Rita Binotto. Casada com Ivan Carlos Piovesan, com quem tem três filhos Marcelle, Ivan Junior e o pequeno Caetano, de 7 meses.

Começou os estudos para ser professora, na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, após fez graduação em letras, português e inglês e suas respectivas literatura e também é pós-graduada em Literatura Portuguesa pela URI.

No ano de 1987, fez concurso público e assumiu como professora na Linha Santos Anjos, na Escola Municipal Pedro Lisoski, onde permaneceu por 12 anos e fez muitas amizades na localidade. Em 1994, prestou novamente concurso público para professor de Português e assumiu na Linha São Brás, ficando um ano e depois foi transferida para Pedras Brancas na Escola Municipal Joaquim Nabuco, onde ficou durante 4 anos, sendo transferida para a Escola Municipal Irmã Odila Lenhen, encerrando suas atividades como professora nessa escola, após 32 anos.

Na Escola Municipal Irmã Odila Lenhen lecionou para Ensino Fundamental em todas as séries e foi diretora por seis anos, contribuindo para o crescimento da escola. Na comunidade, fez muitos amigos, afilhados, compadres e comadres.

Para Silvia, “cada professor que cumpriu com seu dever deixou um pedaço seu no coração do aluno”.

 

Wilson Cadoná

Nascido em Osvaldo Cruz, em FW, no dia 8 de agosto de 1944, é filho de Amália Balestrin Cadoná e Orozimbo Cadoná

É casado com Antonia Cadoná, com quem tem dois filhos: Eduardo e Eliane Cadoná e uma netinha a pequena Olga Cadoná Basso.

Em sua formação, Wilson passou pela graduação em Letras pela UPF e pós-graduação em Redação pela Unoesc/Unicamp.

Iniciou sua trajetória como docente no ano de 1966, em Seberi, no Instituto Madre Tereza. Alguns anos depois foi para a Escola Cardeal Roncalli e mais tarde foi professor, diretor e vice-diretor da Escola Técnica José Cañellas.

Wilson também foi professor do ensino médio e da graduação da URI, campus Frederico Westphalen.

Para ele “o estudante é sempre alguém que te ensina”.